Pesquisa

Logo 2016 GPRPEMPesquisas e discussões no campo da Educação Matemática, no Brasil e no mundo, mostram a necessidade de se adequar o trabalho escolar a novas tendências que levem a melhores formas de ensinar, aprender e avaliar o progresso dos alunos e de aprimorar o trabalho dos professores. Não que no passado pesquisas com propósitos específicos não tenham sido feitas. Mas parece que as pesquisas eram feitas em tom específico e perdiam um quadro teórico e político mais geral ou vice-versa. Em 1980, nos Estados Unidos, o NCTM – National Council of Teachers of Mathematics – manifestava sua preocupação com essas questões e elaborou uma série de recomendações para o progresso da Matemática escolar nos anos 80, através do documento An Agenda for Action. A primeira dessas recomendações dizia: “resolver problemas deve ser o foco da matemática escolar para os anos 80”.

Entretanto, possivelmente devido à falta de concordância entre as diferentes concepções que pessoas e grupos tinham sobre o significado de Resolução de Problemas “ser o foco da matemática escolar”, o trabalho dessa década não chegou a um bom termo. Acabando a década de 1980, os pesquisadores passaram a questionar o ensino e o efeito de estratégias e modelos e a discutir as perspectivas didático-pedagógicas da resolução de problemas. Ela passa, então, a ser vista como uma metodologia de ensino, como um ponto de partida e um meio de se ensinar Matemática.

Ensinar através da resolução de problemas é uma abordagem que envolve três recomendações chave apresentadas no documento Curriculum and Evaluation Standards for School Mathematics (NCTM, 1989): (1) conceitos e habilidades matemáticas deveriam ser aprendidos em um contexto de resolução de problemas; (2) o desenvolvimento de processos de ensino de alto nível deveria estar repleto de experiências de resolução de problemas, e (3) instruções matemáticas deveriam acontecer dentro de uma investigação orientada, em uma atmosfera de resolução de problemas.

Nesse sentido, a Resolução de Problemas, como uma metodologia de ensino, torna-se o lema das pesquisas e estudos em Resolução de Problemas para as próximas décadas. Essa é uma nova visão de ensino-aprendizagem-avaliação de Matemática que se apóia, especialmente, nos estudos desenvolvidos pelo NCTM, que culminaram com a publicação dos Standards 2000, oficialmente chamada Principles and Standards for School Mathematics. Nesse documento, a Resolução de Problemas foi destacada como um dos padrões de processo para o ensino de Matemática e o ensino através da resolução de problemas foi fortemente recomendado. Os Standards 2000 afirmam, de uma maneira convincente, que Resolução de Problemas não é só um objetivo de aprendizagem Matemática, mas também, um meio importante para se fazer matemática. (NCTM, 2000).

No Brasil, apoiados em idéias dos Standards do NCTM, foram criados os PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais, que apontam o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas, explorá-los, generalizá-los e até propor novos problemas a partir deles, como um dos propósitos do ensino de Matemática; indicam a resolução de problemas como ponto de partida das atividades matemáticas e discutem caminhos para se fazer matemática na sala de aula.

Nesse sentido, a resolução de problemas tem sido recomendada em orientações curriculares atuais como uma metodologia de ensino, ou seja, ela deve oferecer aos alunos a possibilidade de construir conhecimento a partir e através de problemas, e de vivenciar situações de aprendizagem por meio de um trabalho autônomo, criativo e significativo.
Uma das principais tarefas do ensino da Matemática é a de ensinar os alunos a pensar, tarefa esta que não tem sido fácil. Os Parâmetros Curriculares Nacionais recomendam que a resolução de problemas seja um caminho para se fazer matemática em sala de aula, como um ponto de partida da atividade matemática. Para isso, no processo de ensino e aprendizagem, conceitos, conteúdos, idéias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a exploração de problemas. Sendo assim, os problemas deveriam ser o ponto central do ensino de Matemática.

Preocupado com tais questões, o GPRPEM tem sido o núcleo gerador de atividades de aperfeiçoamento, de investigações e de produção científica na linha de resolução de problemas. O grupo tem por filosofia buscar incessantemente desenvolver estudos que atinjam a sala de aula, ou seja, que estejam relacionados com questões de ensino-aprendizagem-avaliação tanto sob a perspectiva do aluno quanto do professor, e em todos os níveis de ensino.

Linhas de Pesquisa

No momento, o grupo vem discutindo sobre o desenvolvimento teórico e prático de assuntos ligados à pesquisa em Resolução de Problemas, Modelização Matemática e Modelagem. A relação entre resolução de problemas e Educação Matemática também é assunto em discussão no grupo.
As pesquisa realizadas pelos integrantes do GPRPEM estão pautadas em alguns temas:

  • A Resolução de Problemas e suas contribuições para o Ensino Básico e Ensino Superior
  • Formação Inicial e Continuada dos Professores e seus diferentes processos
  • Desenvolvimento de conteúdo matemático a partir da resolução da construção de modelos (Modelização): Uma Proposta para a Formação de Professores
  • Desenvolvimento Profissional
  • Trabalho Colaborativo
  • Relação Universidade-Escola
  • Trabalho Docente no Contexto da Modelagem